Há diferenças
existentes entre Surdocegueira e DMU. A Surdocegueira é uma deficiência em que as pessoas
apresentam perdas visuais e auditivas ao mesmo tempo em graus diferentes. Dentre
esses graus, temos:
A ) Surdocego total: ausência total de visão e
audição;
B ) Surdocego com surdez profunda associada com
resíduo visual;
C ) Surdocego com surdez moderada associada com
resíduo visual;
D ) Surdocego com surdez moderada ou leve com
cegueira;
E ) Surdocego com perdas leves, tanto auditivas
quanto visuais
A surdocegueira pode ser
congênita ou adquirida. A congênita quando a criança nasce Surdocega ou adquire a surdocegueira nos
primeiros anos de vida depois da gestação em decorrência da síndrome da rubéola congênita. Já a
adquirida, é quando a pessoa ficou
surdocega após uma doença, um acidente, ....
Já a Deficiência Múltipla é
um conjunto de duas ou mais deficiência de ordem física, sensorial, mental,
emocional, ou de comportamento ( MEC, SEESP, Educação Infantil: saberes e
práticas da inclusão, 2003, p. 11 ). Diante desse pensamento, pode-se entender
que não é a soma dessas alterações que podemos caracterizar uma pessoa com que
tenha Deficiência Múltipla ( DMU ), mas sim o grau de necessidades em relação a
comunicação, a interação social e os mecanismos de aprendizagem que acabam
definindo a pessoa como DMU.
A pessoa com Deficiência
Múltipla apresenta características individuais, únicas e específicas, não
podendo apresenta as mesma deficiências, mas sim a soma de duas ou mais
deficiências diferentes. Dentre elas, podemos citar:
ü Deficiência auditiva e deficiência intelectual;
ü Deficiência
visual e deficiência física;
ü Deficiência
auditiva e autismo;
ü E
outras.
Portanto, não podemos confundir a surdocegueira com
deficiência múltipla, pois são palavras com significados bem diferentes, com
especificidades bem definidas, próprias e únicas, porém apresentam estratégias
de ensino bem semelhantes.
As pessoas com Surdocegueira ou
deficiência Múltipla apresentam necessidades em diferentes áreas, na
comunicação, no sensorial, na interação
social e nos mecanismos de aprendizagem ( na cognição, na linguística , na atenção, na concentração e na transferência de conhecimento para
outros contextos ).
Para tentar solucionar as
necessidades em relação a comunicação, podemos enumerar alguns estratégias
pedagógicas que possam facilitar a aquisição da linguagem receptiva ou expressiva:
ü Organização
de uma rotina diária escolar;
ü Oferecimento
do ensino da Libras , da Libras tátil ou Tadoma e do Braile para o aluno e para
o corpo docente;
ü Utilização
de prancha de comunicação alternativa e aumentativa;
ü Desenvolvimento
de jogos, brincadeiras e dinâmicas de grupos;
ü Desenvolvimento
de atividades artísticas;
ü Caixa
de antecipação;
ü Utilização
de objetos de referências para representar palavras, frases, pessoas, lugares,
imagens, conteúdos estudados.
ü E
outras.
Essas estratégias abrirão
novos caminhos na prática do AEE, possibilitando uma melhora significativa no
processo comunicativo de uma pessoa Surdocega ou com Deficiência Múltipla.
Referências bibliográficas
BOSCO, Ismênia C. M. G.;
MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação
Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). Capítulo
4 - A escola comum e o aluno com surdocegueira. Capítulo 5 - Deslocamento em
trajetos. Capítulo 6 - Pessoa com surdocegueira.
MAIA,
Shirley Rodrigues. Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e
Deficiência Múltipla. São Paulo, 2011.
MILES,
Barbara, LEANE, Harlan A
importância das Mãos para a Pessoa com Surdocegueira, Centro Nacional para Distribuição de
Informações Sobre Crianças com Surdocegueira Investigação para escolas
Centro Nacional Helen Keller Escola Perkins para Cegos. Publicado em Abril de
1998.
NASCIMENTO, Fátima Ali A. A.
Cader; MAIA, Shirley Rodrigues. Educação Infantil: saberes e práticas da
inclusiva: dificuldades de comunicação surdocegueira/múltipla sensorial.
UFSC/SP. AHIMSA/Brasília: MEC, Secretaria da Educação Especial, 2006.
SERPA, Ximena Fonegra, Comunicação para Pessoas
com Surdocegueira. Tradução do livro Comunicacion
para Persona Sordociegas, INSOR-Colômbia, 2002.