Esse blog tem como objetivo compartilhar novos conhecimento e novas experiências com pessoas de diferentes áreas profissionais da educação e da saúde ( professores, psicólogos, psicopedagogos, médicos, etc ) para uma melhor atuação da prática do Atendimento Educacional Especializado.
segunda-feira, 17 de março de 2014
RESUMO TEXTUAL AEE PS
Educação escolar de pessoas com surdez-Atendimento Educacional Especializado em construção.
A educação escolar das pessoas com surdez nas escolas de ensino regular comum e no AEE não tem sido fácil em decorrência das grandes discussões sobre os embates políticos e epistemológicos entre gestualismo e os oralistas no processo histórico e cultural passado e até os dias de hoje.
Esses embates tendem a desvalorizar a pessoa com surdez, ignorando-a no desenvolvimento das suas potencialidades cognitivas, linguísticas, emocionais e sociais.
As pessoas com surdez não podem estar sujeitas a uma condição inferior em relação às pessoas ouvintes por causa da sua língua, mas sim propor uma avaliação ou reavaliação das pratica pedagógicas existentes nas escolas de ensino regular comum.
Segundo Damázio e Ferreira “ O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas” (p. 48)
Diante dessa realidade, é preciso propor uma educação bilíngue para as pessoas surdas, ou seja, um ambiente educativo que desenvolva o ensino de duas língua, a língua materna ( Libras ) e a língua portuguesa na modalidade escrita. E esses são os principais desafios encontrados pela educação inclusiva em pleno século XXI.
Isso ocorre porque grande parte dos professores possui concepções conservadoras em relação à educação bilíngue das pessoas com surdez e também por não estarem preparados para colocar em prática essa nova proposta pedagógica, por ser algo que estar ainda em processo de construção.
Segundo KOZLOWSKI “ A Proposta Bilíngue não privilegia um língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação mas de respeito; o individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em que se encontrar.” ( p. 2)
Essa proposta deve levar em consideração as características próprias e individuais das pessoas com surdez, respeitando seu direito de escolha e opiniões em relação sua própria língua.
Nessa proposta prática do AEE, podemos considerar o surdo como uma pessoa diferente e não deficiente, que possui sua capacidade cognitiva totalmente conservada.
O AEE para as pessoas com surdez deve ser oferecido, no turno contrario do ensino regular comum, de preferência, pelo professor de surdo com formação em diferentes áreas da educação ( pedagogos, professores com diferentes licenciaturas, historia geografia, historia, ciências, ...). Felizmente, esse atendimento tem sido muito procurado nas escolas, mas ainda há uma grande dificuldade em encontrar pessoas capacitadas para trabalhar nessa área profissional.
Na prática pedagógica do AEE para as pessoas surdas, pode-se destacar três momentos didático- pedagógicos importantes para o desenvolvimento de uma educação inclusiva comprometida com a qualidade do ensino em pleno século XXI: o AEE de Libras, AEE em Libras e o AEE para o ensino da Língua portuguesa.
O AEE de Libras que oferece o ensino da Língua de Sinais no qual os alunos com surdez terão aulas de Libras. Essas aulas irão favorecer o conhecimento e a aquisição dos conteúdos através do estudo dos sinais para ampliação dos termos científicos das diferentes disciplinas.
O AEE em Libras que oferece um ensino, traduzindo as explicações dos diferentes conteúdos curriculares das disciplinas de Língua portuguesa para Língua de sinais ou vice - versa, por um interprete ou instrutor em Libras, de preferencialmente surdo.
E , por fim, o AEE para o ensino da Língua portuguesa, que oferece o ensino da Língua portuguesa, na qual são serão trabalhados as especificidades da estrutura gramatical e linguística dessa língua para os alunos com surdez, por um professor com formação em Letras.
O oferecimento desses três momentos didático- pedagógicos devem ser pensados e planejados a partir do diagnóstico inicial do aluno em cada uma das Língua, Libras e Língua portuguesa. Tendo uma excelente organização didática, com um rico e variado referencial teórico com recursos e materiais visuais que atendam as especificidades de cada aluno com surdez.
O planejamento desses três momentos, deve ser feitos de forma coletiva, dinâmica e significativa entre os professores especializados, pelos professores da sala regular comum e os professores de Língua Portuguesa.
Nessa proposta de educação inclusiva, o autor sugere novos caminhos pedagógicos com métodos e recursos visuais inovadoras, marcados por três momentos didático–pedagógicos no AEE para os alunos com surdez. Diante disso, percebe-se sua real importância enquanto sujeito pensante que constrói e reconstrói seu próprio conhecimento, levando em consideração as relações afetivas, sociais e humanas do mundo que o cerca.
Referências Bibliográficas
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.
DAMÁZIO, Mirlene F. M. Tendências Subjacentes à Educação das Pessoas com Surdez. In: Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com surdez. Curitiba: CROMOS, 2007. p. 19-21.
KOSLOWSKI, L. A Proposta bilíngüe de educação do surdo. Revista Espaço. Rio de Janeiro: INES, nº10, p.47-53, dezembro, 1998.
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